segunda-feira, 26 de maio de 2025

Crise no Atendimento: Baianos Precisam de Ações Emergenciais na Saúde Preventiva






TV Opinião, Por Redação – Bahia, 2025

A saúde pública na Bahia atravessa um momento crítico. Em dezenas de municípios, principalmente nas regiões sul e extremo sul do estado, a população enfrenta dificuldades crescentes para acessar atendimentos básicos e preventivos. A alta demanda, aliada à escassez de recursos e à sobrecarga das estruturas municipais, tem deixado comunidades inteiras desassistidas – um cenário que exige, com urgência, ações emergenciais por parte dos governos estadual e federal.

Nos últimos meses, relatos vindos de cidades como Itabuna, Ilhéus, Porto Seguro, Uruçuca e Camacan evidenciam a fragilidade dos sistemas locais. Consultas ginecológicas, exames de prevenção do câncer, atendimentos oftalmológicos e odontológicos se tornaram escassos. Crianças e idosos, que deveriam receber acompanhamento regular, ficam meses nas filas do SUS. Em muitas localidades, nem sequer há estrutura mínima para atender às necessidades básicas de saúde da população.

De acordo com profissionais da área, o colapso da atenção primária e preventiva tem raízes em múltiplos fatores: falta de profissionais, equipamentos ultrapassados, ausência de transporte sanitário adequado e, principalmente, a limitação orçamentária dos municípios. “As prefeituras estão sufocadas financeiramente. Não conseguem manter equipes completas nem garantir exames preventivos com regularidade. E quando falamos de câncer de colo de útero ou de mama, cada mês de atraso é um risco de vida”, alerta a enfermeira Márcia Dias, que atua em comunidades rurais entre Itajuípe e Coaraci.

Especialistas reforçam que o investimento em ações itinerantes de saúde é, hoje, uma das poucas alternativas eficazes para enfrentar a emergência sanitária no estado. Essas ações levam, por tempo determinado, equipes multidisciplinares e equipamentos móveis para os locais mais carentes, realizando triagens, exames e orientações educativas. A proposta tem se mostrado viável em outros estados e poderia ser replicada em larga escala na Bahia com apoio estadual e federal.

Um projeto recente em elaboração propõe exatamente isso: a criação de uma força-tarefa de saúde preventiva, com atendimento intensivo em áreas desassistidas, unindo esforços entre governos e entidades civis. O modelo prevê unidades móveis com salas de atendimento clínico, odontológico, ginecológico, pediátrico e exames com tecnologia de inteligência artificial para diagnóstico precoce.

A expectativa é de que iniciativas desse tipo não só ajudem a desafogar as unidades de saúde municipais, como também promovam um salto na qualidade do atendimento, atuando diretamente na prevenção de doenças crônicas e no diagnóstico precoce do câncer.

Diante da crise, o clamor popular por soluções concretas cresce. “Estamos cansados de promessas. Precisamos de médicos, exames, atendimento digno. Saúde não pode esperar”, afirma Antônio Carlos, líder comunitário em Mascote.

A realidade que se impõe não permite adiamentos. Se as autoridades públicas não priorizarem o fortalecimento da saúde preventiva agora, os custos sociais e econômicos em médio prazo serão ainda mais devastadores. O povo baiano precisa de respostas – e precisa já.

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